Elizabeth Etienne/Corbis |
Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?
José Saramago
Os Poemas Possíveis
Lisboa, Caminho, 1999
5 comentários:
O nosso Saramago sempre
Lindeza, versos de mestre!
Beijo.
No silêncio do olhar tanto se diz...
Beijinho :)
É difícil falar com os olhos, se eles não estão no amor com a vida ..
Besos
Morris
Que bem que se expressa um olhar silencioso... quando em harmonia.
Abraço-te
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