30 de maio de 2011

Dando asas ao horizonte

123RF

Certamente, não há nada
de ti, sobre este horizonte,
desde que ficaste ausente.


Cecília Meireles
Canção do Mundo Acabado




.........mas pressinto que...



Dum momento para o outro pode entrar
Um pássaro que levante o céu

E sustente o olhar.

Alexandre O'Neill
 
No Reino da Dinamarca

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26 de maio de 2011

Do amor




Anda-me o amor tomando a própria vida,
como se, amando, eu existisse mais.

Jorge de Sena
Lamento do Poeta Objectivo
porém...

Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar
nunca fui minha.

Chico Buarque & Edu Lobo
Tango de Nancy/1985

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Google Imagens
(desconheço a autoria)



23 de maio de 2011

Eu era a tua poesia

Microzoa-ImageBank





És parecida com a Terra.
Essa é a tua beleza.
Era assim que dizias.

E quando nos beijávamos e
eu perdia respiração e,
entre suspiros, perguntava:
em que dia nasceste?

E me respondias, voz trémula:
estou nascendo agora.

E a tua mão ascendia
por entre o vão das minhas pernas
e eu voltava a perguntar:
onde nasceste?

E tu, quase sem voz, respondias:
estou nascendo em ti, meu amor.
Era assim que dizias.

Tu eras um poeta
Eu era a tua poesia.


Mia Couto

Antes de Nascer o Mundo




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17 de maio de 2011

Quando partiste


Foi triste
quando partiste
levaste a estrada


Líria Porto
Definitivo

Separei os braços
E exilei o peito
Doeu-me tanto
Que não sei chorá-lo.

Daniel Faria
Braços Abertos/Poesia


...mas não sei que voz
insiste em prolongar a melodia
que vai do sol à última lua sem luar.

José Gomes Ferreira
Tudo Acabado
Google Imagens
(desconheço a autoria)


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6 de maio de 2011

Pois não há futuro em nossas janelas

De uma janela de Barão Geraldo-SP / 2009........................

Ninguém no cais deserto...
Apagaram-se os grilos.
As estrelas estão imóveis e tristes
como um mapa sideral.

Mário Quintana
Noturno

Ah, como esta hora é velha!...
E todas as naus partiram!

Fernando Pessoa
Hora absurda/Cancioneiro


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4 de maio de 2011

Ruminando


Ninguém sabe o que sou quando rumino.
Machado de Assis / Crônica de 1889

Rumino idéias... Coisas que nunca farão sentido e outras que me norteiam. Rumino sonhos... Uns que acabaram esquecidos e outros que viverei intensamente. Rumino dores... Umas que já nem doem mais e outras que sangrarão para sempre. Rumino amores... Uns que vivi e outros que revivo na saudade. Rumino a vida... a que vale a pena ser vivida e a que deve ser esquecida. Rumino passados... Os que me fizeram o que sou hoje e os que me refugio quando preciso respirar. Rumino presentes... Os que me dão vida para continuar e os que me indicam que preciso mudar. Rumino futuros... Os que me levarão e os que me farão voltar.

Waleska Zibetti
Recanto das Letras

Imagem: Marília Campos

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1 de maio de 2011

Quando o amor acaba

Getty Images/Russell Illig



o amor é uma coisa tão simples...
veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer.
nada de querer guardar a flor dentro de um livro,
não existe nada mais triste no mundo do que fingir que vida onde a vida acabou.


Lygia Fagundes Telles

Verão no Aquário





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