21 de novembro de 2013

Flor ávida de orvalho

Bunsen Bookworm/Corbis


Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

As Palavras Interditas


6 de novembro de 2013

Talvez

Marília Campos

Talvez
Sim, dizias tu, mas em seguida
corrigiste: talvez. Esta
é a única palavra
que não tem casa. Que mora
no intervalo
entre o som e o silêncio.

Albano Martins

Palinódias, Palimpsestos

Deixai-me limpo
 O ar dos quartos 
E liso
 O branco das paredes
Deixai-me com as coisas 
Fundadas no silêncio.
Instantes


Se o mundo fosse acabar, dançaria contigo

Google




No final da canção, ela se curvou e eu não estava próximo para segurar sua cintura. E caímos com violência no chão. Só deu tempo de deixar meu dorso como travesseiro de sua cabeça.  

Deitados no tapete, gargalhamos da ensurdecedora queda. Porque a queda é também improviso. A queda é onde acontece o melhor abraço. O mais humilde abraço. O mais sincero abraço. 

Naquele momento antes de subir e finalizar a coreografia, lembrei de nossa conversa durante o primeiro beijo.

Eu tinha dito com orgulho "Somos muitos", quando ela me corrigiu "Temos que ser menos, cada vez menos, até sermos um só". 


Fabrício Carpinejar




1 de novembro de 2013

Linguagem



Quem coloca fervor e paixão na linguagem, sempre será uma tarada. 
Minha tara é a linguagem.