30 de março de 2012

A curva da estrada



Num breve encontro entre grandes constelações, Fernando Pessoa poetizou: "Morrer é a curva da estrada. Morrer é apenas não ser visto"; Millôr, então, retrucou: "Só se morre uma vez. Mas é para sempre."; Chico veio no rastro e disse: "Não tenho medo de morrer. Tenho pena."; Então, Jobim, para encerrar a conversa em Sol Maior, cantou: "São as "lágrimas" de março fechando o verão."




ando tão preguicenta com o blog que, para não deixá-lo à deriva e, 
principalmente, em respeito aos amigos que sempre aportam por esses 
rios, resolvi fazer uma dobradinha entre o Facebook e blog para, assim,
 não deixá-lo de todo, sem as minhas digitais.  a passos lentos vou,
 pouco a pouco, retribuindo o carinho das visitas.




21 de março de 2012

Silêncio

Pascal Renaux


Eu nasci para estar calado. A minha única vocação é o silêncio. Foi 
meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para
apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um  único 
silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.

Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto,  eu não
 estava pasmado. Estava desempenhado, de alma  e corpo ocupados: 
tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. 
Eu era um afinador de silêncios.
Jesusalém



9 de março de 2012

Ilusão

 
Flickr

O outono o que é para mim o outono?
O outono é a suspeita de que tudo acaba
de que a exaltação do verão é uma ilusão.

Ruy Belo

Meditação Anciã/Todos os Poemas Vol.III


Janeiro dói nos olhos
como areia
e tu e eu estamos para sempre
sentados às escuras
no Verão.

Rui Pires Cabral
Escuro

 

4 de março de 2012

Da minha janela

Inês Queiroz


Eu rabisco o sol que 
 a chuva apagou.

Giz