8 de junho de 2008

Os fragmentos do tempo




Nas horas que se desagregam, que desfio entre os meus dedos parados, sou a que sabe sempre que horas são, que dia é, o que faz hoje, amanhã, depois. Não sinto deslizar o tempo através de mim, sou eu que deslizo através dele e sinto-me passar com a consciência nítida dos minutos que passam e dos que se vão seguir.

Florbela Espanca 
Um piscar de olhos


Imagem: a manh'ser.

4 comentários:

ivone disse...

e escurece-me o coração por não ser já




o amor escorrega-me pelos dedos das mãos como quem foge de mim




e eu dele



será que florbela também quis dizer isto?

Dois Rios disse...

O tempo represa o que ainda é, minha cara Ivone. Quando ele, por fim, abre as comportas, o amor então escorre pelas mãos.

Obrigada pela visita.
Beijos,

maria josé quintela disse...

porque somos impermanentes


e o tempo fica.

.

obrigada pela visita.

um beijo.

Dois Rios disse...

Agradeço a sua visita Maria José.
Um beijo,