Eu ia muito a ópera no São
Carlos, e ia sempre lá para a parte de cima onde havia uma coroa. Quer dizer, o
camarote real começava embaixo e ia até lá em cima e fechava com um coroa
dourada enorme. Coroa essa que vista do lado da platéia e do lado dos camarotes
era uma coroa magnífica. Do lado em que estávamos não era, pois ela só estava
feita entre as quartas partes, e dentro era oca, e tinha teias de aranha, e
tinha pó. Isso foi uma lição que eu nunca esqueci: para conhecer as coisas há
que dar-lhes a volta toda.
Janela da Alma
(documentário brasileiro de João Jardim e Walter Carvalho)
Imagem: Takao Onozato/amanaimages/Corbis
4 comentários:
Olá...retribuindo a visita...rsrs
Fabricio, 'amante' da poesia de Manoel de Barros! Tb sou!
Manoel de Barros com sua poesia
adentrou na minha vida, para mostrar o qto que a lógica, a razão, a ciência, atrapalha a poesia, tira seu cheiro, sua beleza, sua vida!
Manoel diz assim:
"A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá
mas não pode medir seus encanto.
A ciência não pode calcular quantos cavalos de força
existem
nos encantos de um sabiá.
Quem acumula muita informação perde o condão de
adivinhar: divinare.
Os sabiás divinam."
Lindo demais,ne?rs.
Eu acho mto belo!
E ele diz mais: "Poesia não é para compreender,mas para incorporar..."
Um abraço cheio da poesia de Manoel!
Obrigada, Sayô.
Sou meio suspeita de falar do Manoel de Barros porque as palavras dele têm o dom de me deixar em estado de encantamento. Aliás, não conhecia a poesia que vc deixou aqui e desde já agradeço o carinho.
Volte sempre!
Bjs,
E muitas vezes achamos que conhecemos todos os cantos da "coroa" até que uma teia nos arrepia e surpreende...
dias lindos, claros e alegres
beijos
Bem-vinda, Márcia!
Vc tem razão. O lado (des)conhecido sempre surpreende e assusta.
Bjs,
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